Estudantes Denunciam Crise de Insegurança Alimentar na Uesb
Publicado em 01/08/2024 | 126 Impressões | Escrito por Renato Abreu
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), campus Vitória da Conquista, enfrenta uma crise de insegurança alimentar entre seus alunos devido aos altos preços e à falta de acesso adequado aos auxílios do Restaurante Universitário (RU). Com o início do segundo semestre letivo de 2024 se aproximando, os estudantes relatam dificuldades significativas para garantir uma alimentação adequada, o que tem levado muitos a pedir cestas básicas em redes sociais e até a considerar a desistência dos estudos.
Atualmente, o preço do quilo no RU é de R$39,96, enquanto estudantes cadastrados no Programa de Assistência Estudantil (Prae) pagam R$2,00 por refeição. No entanto, a habilitação ao Prae ocorre apenas uma vez por ano, e a alternativa “Ação de Apoio Alimentar” oferece 50% de desconto, mas também enfrenta problemas burocráticos e de acesso. Muitos alunos, que não conseguiram se cadastrar no Prae ou na Ação de Apoio Alimentar, são forçados a pagar o preço total, que é considerado alto para seus orçamentos.
Felipe Souza Bonfim, estudante de Ciências Sociais e membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE), critica o custo elevado e a falta de uma logística eficiente. “O RU deveria cumprir uma função social, mas, na prática, o valor é quase comercial, como se a Uesb fosse um shopping”, afirma Bonfim. O estudante de Economia, Luiz Felipe de Oliveira, e outros colegas enfrentam dificuldades para acessar os auxílios e relatam que o edital para habilitação ao Prae deveria ser mais frequente para atender melhor às necessidades dos alunos.
Além dos preços e da burocracia, há também problemas na gestão do RU pela empresa 2G2M, que não tem conseguido estimar corretamente a demanda de refeições, resultando frequentemente em falta de comida e longas filas. Iasmin Andrade, membro do Centro Acadêmico de História, relata que os alunos enfrentam filas sob sol e chuva e que o RU nem sempre está disponível para os alunos do período noturno, que muitas vezes encontram o restaurante fechado ao chegar para as aulas.
A Uesb, em nota, reconheceu os desafios financeiros e justificou a limitação na frequência dos editais do Prae, alegando que a gestão do processo é complexa e envolve uma análise detalhada para evitar fraudes. A universidade também afirmou que tenta atender aos alunos que entram após o período regular de matrícula, embora estudantes afirmem que, na prática, o acesso a benefícios adicionais é dificultado. A crise de insegurança alimentar na Uesb continua a ser uma questão preocupante para a comunidade acadêmica.
Fonte: Avoador
