Bahia tem 40% da população com o nome sujo; a maioria de mulheres


Publicado em 24/07/2024 | 55 Impressões | Escrito por Renato Abreu


Bahia tem 40% da população com o nome sujo; a maioria de mulheres

Mesmo com o Programa Desenrola Brasil, desenvolvido pelo governo federal para ajudar a população a quitar dívidas, existem atualmente no país mais de 72 milhões de brasileiros com o nome sujo. Na Bahia, o número de inadimplentes chega a 4.683.944, cerca de 40% de sua população, totalizando um montante de mais de R$ 19,5 bilhões em dívidas. A maioria é de mulheres e está na faixa etária entre 41 e 60 anos.

Os dados são do Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil feito pela Serasa e divulgados em junho. Salvador foi a cidade do estado com maior número de devedores: 1.229.756. A capital baiana é sucedida por Feira de Santana, com 259.390; Vitória da Conquista, com 120.969; Camaçari, com 114.294; e Lauro de Freitas, com 99.605 inadimplentes.

Conforme a Serasa, do total de devedores baianos, 52,8% é do sexo feminino e 47,2% do sexo masculino. As pessoas entre 41 e 60 anos são 35,6% dos endividados no estado. Depois é a faixa da população economicamente ativa (26 e 40 anos) que mais tem devedores, com 33%. Acima de 60 anos são 19% dos inadimplentes e até 25 anos, 12,5%.

Se por um acaso cada baiano fosse ‘premiado’ com uma dívida, quase que não sobraria um de mãos vazias: ao todo, são 14.038.432 dívidas no estado, cuja população estimada é de 14.136.417.

Mas, voltando aos números, do total de mais de 4 milhões de inadimplentes, 31,64% são com bancos e cartões; 2,86% com empresas de telecomunicações; 18,19% com utilities; 16,45% com varejo; 8,38% com serviços; 17,92% com Financeiras e 0,65% com securitizadoras.

Desenrola Brasil- Criado pelo governo federal em parceria com as instituições financeiras, por meio da Medida Provisória nº 1.176/2023, o programa Desenrola Brasil visa incentivar a renegociação de débitos de quem está inscrito em cadastros de inadimplentes; facilitar a negociação entre credores e endividados; possibilitar o retorno dos consumidores ao mercado de crédito.

No entanto, especialistas acreditam ser preciso uma campanha contínua de educação financeira para que as pessoas não voltem a se endividar exorbitantemente. Haver educação financeira no país. Para o economista Gustavo Bocco, professor da UniRio, as empresas precisam ter responsabilidade social. “A educação financeira precisa ser promovida por todas as instituições, privadas e de ensino, mas principalmente as bancárias”, destaca.

O Desenrola Brasil é voltado aos que se enquadram em duas categorias. Faixa 1, que são pessoas que recebem até dois salários-mínimos (o que equivale a R$ 2.640) ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Elas poderão renegociar dívidas bancárias e não bancárias que, quando somadas, não ultrapassem R$ 5 mil. A faixa 2, exclusivamente, se enquadra quem possui dívidas com o banco e que não se qualificam para a faixa 1. Conforme o programa, as instituições financeiras receberão incentivo do governo para aumentar a oferta de crédito e negociar diretamente com o cliente.

Dos 72 milhões de nomes sujos no Brasil, ao menos 20 milhões sequer sabem das dívidas

O levantamento também mostra um dado curioso. Dos mais de 72 milhões de devedores no Brasil, pelo menos 20 milhões nunca consultaram o CPF na Serasa, o que significa 28% dos inadimplentes.

O indicador revela, a inda, que houve uma nova queda após dois meses de alta. Segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas da Serasa, o mês de maio apresenta 72,5 milhões de brasileiros inadimplentes, uma redução de 1,20% em relação a abril. A queda em maio representa menos 884 mil nomes no cadastro de negativação.

O volume de dívidas também diminuiu quando comparado aos últimos 30 dias. A queda foi de 1,3 milhões de débitos. Ao todo, são 273 milhões de dívidas, somando mais de R$394 bilhões. Assim como na Bahia, nacionalmente as principais causas das dívidas são os bancos e cartões, seguido pelas contas básicas de água, luz e gás natural.

“Essa é a segunda queda de 2024, que já havia registrado uma leve desaceleração em fevereiro”, explica Aline Maciel, Gerente da plataforma Serasa Limpa Nome, a maior do país. “Entre os fatores para esse impacto, podemos considerar a injeção de dinheiro no mercado com o início do calendário de restituição do imposto de renda. O pagamento, segundo pesquisa da Serasa, seria usado prioritariamente para quitar dívidas, em linha com esse momento de baixa. A nova diminuição, portanto, é bastante significativa e pode representar boas perspectivas para o cenário econômico”, projeta Aline.

Fonte: TRBN

 

 

 

 

 

 

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