Sete hábitos simples que promovem a felicidade
Publicado em 15/07/2024 | 48 Impressões | Escrito por Renato Abreu
O que é felicidade? Ver os filhos bem encaminhados, ter um cartão de embarque para a viagem dos sonhos, conquistar a casa própria? Extremamente pessoal, essa resposta dependerá da expectativa de cada um. Para além de desejos e anseios, porém, alguns hábitos têm o poder de deixar a vida mais feliz. É o que prova uma pesquisa recente da Universidade de Bristol (Inglaterra), publicada na revista científica Higher Education.
O estudo surgiu de um curso até então inédito no país, desenvolvido também pela Universidade de Bristol e lançado em 2018. Chamado de Ciência da Felicidade, o objetivo é mergulhar no que a psicologia e a neurociência entendem desse estado que, conforme definiu o enciclopedista brasileiro Antônio Houaiss (1915-1999), autor do dicionário que leva seu sobrenome, é o “estado de uma consciência plenamente satisfeita”.
Estudados pela equipe pilotada por Bruce Hood, alunos do Ciência da Felicidade que seguiram as práticas propostas e mantiveram sua constância viram seu bem-estar aumentar em 10 a 15%, sensação que foi prolongada por até dois anos.
Veja algumas das premissas estudadas no curso:
1 – TER UM SONO DE QUALIDADE
Com atuação direta na restauração dos sistemas cardiovascular e metabólico, é no período de repouso que construímos músculos, eliminamos substâncias e toxinas acumuladas durante o tempo de alerta, produzimos hormônios essenciais ao bom funcionamento do corpo, prevenimos infecções e doenças incapacitantes.
Dormir bem, segundo o médico especialista em sono Geraldo Lorenzi, depende das atividades que praticamos quando estamos acordados.
Entre os bons hábitos, diz o especialista, estão a prática de exercícios físicos, a exposição ao sol e a alimentação equilibrada. Fundamental ainda, dormir e acordar sempre na mesma hora condicionam o corpo a dormir melhor.
2 – CAMINHAR NA NATUREZA
Uma pesquisa publicada no The World Journal Biological Psychiatry, do Reino Unido, apontou que caminhar na natureza ou simplesmente estar perto dela é capaz de alterar a estrutura cerebral e aumentar a massa cinzenta no córtex pré-frontal.
É ali justamente que estão as funções ligadas ao planejamento e à regulação do desempenho cognitivo e das ações.
3 – FAZER O BEM
Para o psicólogo e professor Leonardo Soares, a solidariedade se manifesta, inicialmente, por meio da empatia. E empatia significa conseguir se colocar no lugar do outro, tentar sentir o que o outro está sentindo, saindo do seu campo de visão e vivenciando mentalmente o que o outro está passando.
— Talvez a neurociência nos explique esse sentimento através dos neurônios espelho, que permitem não apenas a compreensão direta das ações dos outros, mas também das suas intenções e emoções. Quando, por exemplo, vemos alguém rir ou chorar, nossas células refletem a expressão do sentimento que pode estar por trás do sorriso ou das lágrimas, trazendo de volta a lembrança de momentos que já vivenciamos — explica.
4 – MEDITAR
Tanto faz se você faz mindfulness, meditação transcendental ou de qualquer outro tipo. O ato de estar consigo mesmo é suficiente para promover a tão desejada sensação de bem-estar e, de quebra, retardar o processo de envelhecimento.
É o que aponta a pesquisa publicada na revista científica Psychoneuroendocrinology, que destaca: a meditação diminui o comprimento dos telômeros, indicador de envelhecimento localizado na extremidade das cadeias de DNA. Seu tamanho é proporcional à idade biológica do organismo.
5 – VER O LADO POSITIVO
A geriatra Roberta França costuma recomendar que seus pacientes escrevam num papel uma coisa boa que tenha acontecido no dia e o depositem em um potinho. No fim do mês, eles devem abrir e recordar tudo de bom que viveram ao longo do período.
— Eles se surpreendem com o tanto de acontecimentos positivos que tiveram — diz a médica.
6 – PRATICAR ATIVIDADE FÍSICA
Todo mundo sabe que fazer exercícios traz uma tremenda sensação de bem-estar e leva a um movimento de alegria e felicidade. A explicação para isso está nas substâncias e nos hormônios endógenos que a atividade produz..
O importante, como em todos os outros hábitos, é manter a constância, e respeitar a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de treinar de 150 a 300 minutos por semana.
7 – EXERCITAR A GRATIDÃO
O simples ato de agradecer pelo que a vida e as pessoas oferecem de positivo tem um impacto profundo no cérebro. Segunda a neuropsicanalista Priscila Gasparini Fernandes, a prática reduz o estresse e a ansiedade, promove resiliência emocional, impacta nas conexões sociais e no exercício da empatia, além de melhorar a saúde física. E tem mais:
— A gratidão ativa o sistema de recompensa do cérebro, especificamente o sistema que libera dopamina, um neurotransmissor essencial para a sensação de prazer e satisfação, e a serotonina, relacionado à sensação de bem-estar — conclui Priscila.
Fonte: O Globo