Javier Milei veio ao Brasil para reunião com conservadores e ignora Lula


Publicado em 09/07/2024 | 129 Impressões | Escrito por Renato Abreu


Javier Milei veio ao Brasil para reunião com conservadores e ignora Lula

O presidente argentino Javier Milei foi um dos convidados do CPAC Brasil, que aconteceu em Balneário Camboriú (SC), nos dias (6 e 7). O evento é o maior e mais influente entre os políticos conservadores do mundo. 

Milei desembarcou no Brasil no sábado à noite e foi recepcionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.  

A organização do CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora) confirmou a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). 

Ida privada ao Brasil 

Para essa visita ao Brasil, o governo da Argentina informou ao Itamaraty que a vinda de Milei era “visita privada”, descartando qualquer possibilidade de encontro com Lula. 

Milei rejeitou ainda auxílio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil na viagem. Ele vai receber apoio do governo de Santa Catarina, que vai oferecer dois carros e escolta policial ao presidente argentino. 

Segundo informações do jornal ND, de Santa Catarina, Milei chegou em solo catarinense por volta das 21 horas de sábado no aeroporto em Navegantes, Litoral Norte do Estado. 

O argentino seguiu para um hotel em Balneário Camboriú, o mesmo onde estavam hospedados os palestrantes da CPAC. Na manhã de domingo (07), tiveram reuniões dele com alguns empresários catarinenses. 

O presidente argentino também recebeu o governador Jorginho Mello para um encontro. Milei participou do CPAC à tarde e retornaou à Argentina na mesma noite. 

Polêmicas Milei e Lula 

A primeira vinda de Milei ao Brasil, depois de eleito, acontece em meio a declarações polêmicas envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trocadas dos dois lados. 

Em postagem nas redes sociais, nessa última semana, Javier Milei chamou o presidente Lula de “perfeito dinossauro idiota”, junto com uma série de críticas ao mandatário brasileiro, abrangendo temas como a tentativa de golpe de Estado na Bolívia e a eleição presidencial em seu país no ano anterior. 

“Se tivéssemos feito as coisas como esse grande dinossauro idiota dizia, já teria perdido”, escreveu Milei no X. 

O líder argentino também voltou a desqualificar Lula por sua prisão e chamou o chefe do Executivo de “comunista”. 

Alguns dias antes, Lula havia condicionado uma eventual conversa com Milei a um pedido de desculpas do líder argentino a ele e ao Brasil pelas “muitas bobagens” ditas. “Eu não conversei com o presidente da Argentina porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem”, disse Lula ao UOL. 

“Eu só quero que ele peça desculpas. A Argentina é um país que eu gosto muito, é um país muito importante para o Brasil, o Brasil é muito importante para a Argentina, e não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre Brasil e Argentina. Os povos argentino e brasileiro são maiores que os presidentes”, acrescentou. 

Como resposta, o porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, disse que Milei não havia feito nada do que pudesse se arrepender. “Está dentro de seus desejos e respeitamos, mas o presidente (Milei) não cometeu nada de que tenha que se arrepender, ao menos por ora”, disse Adorni, em relação às falas de Lula. 

Mercosul 

Enquanto isso, o presidente argentino será ausência na Cúpula do Mercosul, que aconteceu na segunda-feira (8) em Assunção, Paraguai. A chanceler Diana Mondino vai representar a Argentina no evento. 

Na quarta-feira (4), a secretária do Itamaraty para América Latina e Caribe classificou a ausência de Milei na Cúpula do Mercosul como “lamentável”. 

Fonte: InfoMoney 

 

 

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