Superendividados: maioria ganha entre R$ 3 mil e R$ 5 mil
Publicado em 04/07/2024 | 144 Impressões | Escrito por Renato Abreu
Cidadão é considerado superendividado quando compromete mais do que 35% da renda mensal com pagamento de empréstimos e dívidas de consumo.
Sete em cada dez superendividados brasileiros têm renda entre R$ 3 mil e R$ 5 mil. E, em sua maioria, eles são trabalhadores autônomos, servidores públicos, aposentados e pensionistas. Os dados são de uma pesquisa feita pela Associação Nacional de Assistência aos Superendividados (Anas).
Segundo a Lei do Superendividamento (14.181/2021), o cidadão é considerado superendividado quando compromete mais do que 35% da renda mensal com o pagamento de empréstimos e dívidas de consumo. Além disso, um sinal de alerta é quando os gastos cartão de crédito estão acima de 5%.
Já de acordo com o Banco Central (BC), há ainda outros sinais que podem indicar o quadro:
-Ter uma renda abaixo da linha da pobreza (R$ 500 a R$ 600) após o pagamento das dívidas;
- Inadimplência (débitos em atraso);
-Multimodalidade, quando a pessoa tem financiamentos em diferentes modalidades.
A Anas ouviu, no mês passado, 2.396 pessoas de todo o país e constatou que brasileiros com renda de até 5% lideram o ranking, mas pessoas com renda mais elevada também se destacam. Cerca de 17% dos superendividados ganhavam entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, e 13,69% tinham renda superior à R$ 10 mil mensais.
Segundo o levantamento, o cartão de crédito é o principal vilão, aparecendo como causa de endividamento de 63,6% dos ouvidos. Já entre os empréstimos, o crédito pessoal se destaca (59,74%), seguido pelo consignado (32,39%).
Na análise da Anas, o superendividamento é um fenômeno que resulta de uma combinação de fatores e desencadeado por eventos inesperados como a perda de emprego, problemas de saúde, atrasos salariais, divórcios e até a perda de entes queridos.
“Adicionalmente, uma parcela considerável do superendividamento também está relacionada a um comportamento imprudente na gestão do orçamento doméstico ou na falta de avaliação da capacidade financeira. Um segmento particularmente vulnerável a essa situação são os servidores públicos e aposentados e pensionistas pelo INSS. Por serem considerados financeiramente estáveis, devido à regularidade de seus salários e benefícios, eles se tornam alvos preferenciais das instituições financeiras”, diz a entidade.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) elaborou um teste rápido para verificar se alguém está na condição de superendividado. Basta responder sim ou não para as seguintes perguntas:
Suas dívidas mensais equivalem aos seus rendimentos ou superam eles?
Você precisa de um “bico” além do trabalho para conseguir fechar as contas do mês?
O salário não dura até o final do mês?
As dívidas causam discussões familiares?
Você não está conseguindo pagar em dia as contas de luz, água, alimentação, aluguel e/ou condomínio?
Está depressivo, preocupado ou ansioso por causa das dívidas?
Seu nome foi registrado em algum serviço de proteção ao crédito, como o SPC ou Serasa?
Você está atrasado no pagamento das suas dívidas?
Você já pediu dinheiro emprestado para algum familiar ou amigo para conseguir pagar as suas obrigações?
Quem responde “sim” para a maioria das questões pode já ter entrado para a lista dos superendividados.
E agora?
Elimine por completo o desperdício. Em situações de superendividamento, também é prudente cortar despesas não essenciais.
Aproveite o 13º salário para quitar dívidas.
Troque suas dívidas por outras mais vantajosas, ou seja, com juros menores. Em geral, as dívidas do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito têm juros mais elevados, e vale a pena recorrer a algum empréstimo de juros mais baixos para quitá-las.
Adquira o hábito de comprar à vista. Se preciso, guarde o cartão de crédito em casa para não utilizá-lo.
Se tiver um carro, e ele não for instrumento de trabalho ou essencial para sua vida, não hesite em vendê-lo. Utilize o dinheiro para pagar suas dívidas. De quebra, você ainda estará reduzindo suas despesas mensais.
Fonte: Extra