Número de anos saudáveis da população mundial diminuiu
Publicado em 04/06/2024 | 189 Impressões | Escrito por Renato Abreu
O Global Burden of Disease (GBD) é um estudo da carga global de doenças no mundo. Por meio de dados coletados por milhares colaboradores, de mais de uma centena de países, é feito um levantamento sobre incapacitação e mortalidade em 204 nações e territórios. O mais recente, publicado no meio de maio na revista científica “The Lancet”, tem algumas boas notícias – e aponta grandes desafios.
Entre 2000 e 2021, houve um aumento de 49,4% no número de anos saudáveis perdidos devido a enfermidades ou morte precoce. Cresce o contingente de indivíduos com fatores de riscos associados ao metabolismo, ou seja, pressão alta, níveis alterados do colesterol ruim (LDL), quantidade de glicose no sangue, índice de massa corporal elevado.
São pessoas com sobrepeso ou obesidade, com maior risco de desenvolver diabetes, ter um infarto ou acidente vascular cerebral (derrame), e não necessariamente idosas – na faixa entre 15 e 49 anos, um quadro de saúde precária estava ligado ao excesso de peso e ao diabetes.
“Um estilo de vida pouco saudável é responsável pelo surgimento desses fatores de risco, que levam a doenças que poderiam ser prevenidas. Educação e políticas públicas têm como impactar positivamente a saúde global”, afirmou o doutor Michael Brauer, professor do Institute for Health Metrics and Evaluation (Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde), organização independente de pesquisa da Universidade de Washington, que coordenou o estudo.
Houve progresso no que diz respeito a itens como saúde materna e infantil; saneamento básico; e qualidade de água, entre outros, graças a políticas públicas e ajuda humanitária em países pobres. No entanto, novos desafios descortinam um cenário preocupante: poluição atmosférica, baixo peso no nascimento, mudanças climáticas.
Mesmo com tantos problemas, a estimativa da entidade é de aumento da expectativa de vida da população mundial em quase cinco anos até 2050, principalmente em nações de baixa renda. Serão mais 4.9 anos para os homens e 4.2 anos para as mulheres, mas não há muito o que comemorar: o número de anos com saúde precária vai crescer.
Fonte: Jornal O Sul