Saidinha de presos: Congresso derruba vetos e restringe ainda mais; entenda mudanças


Publicado em 31/05/2024 | 252 Impressões | Escrito por Renato Abreu


Saidinha de presos: Congresso derruba vetos e restringe ainda mais; entenda mudanças

O Congresso derrubou na noite desta terça-feira (28) os vetos presidenciais ao projeto da "saidinha" de presos do semiaberto — na prática, restringindo ainda mais esse benefício.

Com a decisão dos parlamentares, que votaram em sessão conjunta da Câmara e do Senado, a "saidinha" só será permitida para fins educacionais, em cursos supletivos, profissionalizantes, de ensino médio ou superior.

A possibilidade dos presos saírem para visitar a família e participar de atividades sociais, que havia sido mantida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi derrubada pelos parlamentares nesta terça.

Na Câmara, a derrubada do veto recebeu 314 votos favoráveis e 126 contrários; no Senado, 52 votos favoráveis e 11 contrários.

Em março, o Congresso havia aprovado um projeto sobre as saidinhas e, em abril, o presidente Lula apresentou alguns vetos.

Na época, a decisão do governo foi justificada pelo ministro da Justiça e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, em entrevista coletiva.

O governo defendeu que alterou pouco o projeto que havia sido aprovado no Congresso.

"Entendemos que a proibição de visita às famílias dos presos que já se encontram no regime semiaberto atenta contra valores fundamentais da Constituição, como o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio da individualização da pena e a obrigação do Estado de proteger a família", justificou o ministro sobre os vetos.

“Preservamos todas as outras restrições estabelecidas pelo Congresso", destacou Lewandowski.

Lula manteve, conforme projeto do Congresso, a exigência do uso de tornozeleira eletrônica para que o preso saia temporariamente.

Condenados por crimes hediondos, com violência ou grave ameaça, também não poderão usufruir mais da saidinha, algo também proposto pelos parlamentares e acatado pelo governo.

Outro trecho do projeto, sobre a exigência de exame criminológico para a progressão de regime (por exemplo do fechado para o semiaberto), foi acatado pelo governo.

O fim da saidinha era considerado um nó difícil de ser desatado por Lula.

Por um lado, o presidente vinha sendo pressionado por parte de sua base para vetar o projeto.

Mas a proposta foi aprovada por parlamentares em um momento em que a violência e a segurança pública se tornaram um vespeiro para o governo e uma grande fonte de preocupação para a população.

O veto era uma medida considerada impopular e indesejável quando as pesquisas apontam uma queda na aprovação de Lula.

O próprio PT liberou sua base para votar como quisesse no Congresso.

Fonte: BBC News

 

 

 

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