Racha na cúpula do PCC gera tensão nos presídios baianos


Publicado em 14/03/2024 | 267 Impressões | Escrito por Renato Abreu


Racha na cúpula do PCC gera tensão nos presídios baianos

A tensão com o racha interno no Primeiro Comando da Capital (PCC) não ficou restrita aos presídios paulistanos. A ruptura na cúpula da maior organização criminosa do país, há pouco menos de um mês, já tem reflexos na Bahia. No Conjunto Penal de Feira de Santana, onde há 800 internos ligados à facção, por exemplo, a segurança foi reforçada. Já em Salvador, também na tentativa de evitar rebeliões, um detento considerado liderança da organização foi transferido às pressas para uma unidade federal de segurança máxima no dia 29 de fevereiro.

Ralfe dos Santos Almeida, o “Abençoado”, tido como o “sintonia”, ou seja, “braço direito” do PCC aqui na Bahia, estava no Conjunto Penal Masculino de Salvador quando foi enviado, sob sigilo, para a unidade federal. "Todo o sistema prisional (estadual e federal) do país está em alerta. A transferência foi uma forma de quebrar a cadeia de comando e evitar o pior”, declarou o vice-presidente da Federação Sindical Nacional dos Servidores Penitenciários e Policiais Penais (Fenaspen), Reivon Pimentel, que também é presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Penal do Estado da Bahia (Sinspeb).

O integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, promotor Lincoln Gakiya, disse que o racha já causou mortes. Segundo ele, a cisão aconteceu entre integrantes que compunham a ‘sintonia final’, portanto a cúpula, no caso Roberto Soriano, o Tiriça; o Abel Pacheco de Andrade, que é o Vida Loka; e o Vanderson do Nascimento, que vem a ser o Andinho. "Esses três se colocaram contra algumas atitudes do Marcola (Marco Willians Herbas Camacho, 56) e tiveram apoio de outros internos, que estão na penitenciária federal de Brasília. Do outro lado, o Marcola considerou traição, teria excluído e decretado (morte) desses membros. Esse ‘salve’ foi para as ruas, aqui em São Paulo. A princípio, a ordem de Marcola está valendo, já houve uma ou duas mortes na rua em decorrente disso”, conta.

 

fonte:correio

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