Brasil se torna o maior exportador de milho do mundo, superando EUA


Publicado em 16/01/2024 | 55 Impressões | Escrito por Renato Abreu


Brasil se torna o maior exportador de milho do mundo, superando EUA

 O agronegócio brasileiro é um grande exportador de produtos agrícolas e ninguém pode contestar. Mas, um objetivo que vem sendo buscado há anos, enfim foi alcançado: passamos os EUA e atingimos a liderança mundial na exportação de milho.

Nosso país, que já era líder nas vendas de café, carne bovina, frango, celulose, soja em grão e açúcar, agora também é atingiu o posto de maior exportador de milho, superando os Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referentes à safra 2022/2023.

Há também a expectativa de alcançarmos a liderança mundial na exportação de algodão e superarmos a Argentina nas exportações de farelo de soja.

Mas o que explica toda essa liderança mundial nas exportações? Convidamos João Pedro Lopes, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, para comentar sobre o atual momento das exportações do agronegócio brasileiro.

Grande relevância mundial nas exportações de produtos agrícolas

O agronegócio brasileiro tem papel crucial no fornecimento de alimentos para os consumidores de todas as partes do mundo. Soja, milho, algodão e carnes são os produtos mais dinâmicos e exportados por nosso agro.

“O Brasil se destaca há muito tempo pela elevada disponibilidade de terras agricultáveis, o que possibilitou ao nosso país a consolidação como uma das potências do setor”, destaca João Pedro Lopes.

Além disso, ao longo dos últimos anos o Brasil apresentou expressivos avanços na produção de diversos produtos agrícolas, movimento que resultou tanto de um aumento na produtividade quanto de uma expansão na área plantada.

E, segundo o analista da StoneX, a tendência é de crescimento dessa participação no cenário mundial. “Mesmo já tendo apresentado grandes avanços nos últimos anos, espera-se que o país continue ampliando sua produção, visto que ainda há espaço para avanços tanto de área quanto de produtividade”.

Outro ponto que se destaca é o avanço da aplicação das inovações tecnológicas no campo. Nosso agronegócio avança ano após ano com a ajuda de novas tecnologias que otimizam o trabalho e facilitam o processo de produção.

Brasil atinge a liderança na exportação de milho

 Desde 2013, o Brasil se mantinha na segunda colocação mundial das exportações de milho. Mas, na safra 2022/23 tomamos a liderança ao ultrapassar os Estados Unidos como o maior exportador de milho do mundo, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

João Lopes destaca que no ano-safra norte-americano, os EUA exportaram 42,1 milhões de toneladas na temporada 2022/23, volume que coloca o país em segundo lugar no ranking dos principais exportadores, ficando atrás justamente do Brasil.

Se contabilizarmos os embarques brasileiros com o calendário da safra americana, ou seja, analisando os volumes entre setembro de 2022 e agosto de 2023, o Brasil embarcou 50,6 milhões de toneladas de milho.

Segundo o analista da StoneX as adversidades climáticas explicam este cenário. “No ano passado, os EUA foram impactados por um clima adverso, fazendo com que a produção de sua safra 2022/23 fosse afetada”.

O especialista ressalta que este fator não chegou a causar quebra de safra, mas o impacto foi relevante, resultando em uma produção consideravelmente abaixo do seu potencial.

Além disso, houve problemas logísticos nos EUA, com a baixa do Rio Mississipi, que impactaram negativamente o escoamento do milho.

Somado a isso, o recorde na produção brasileira em 2022/23 resultou em uma elevada disponibilidade do milho do Brasil. “Tal fato possibilitou que o país se tornasse ainda mais competitivo e conquistasse uma parcela maior do mercado”, comenta Lopes.

Exportação algodão

As exportações brasileiras de algodão também se destacam

De acordo com João Pedro Lopes, o Brasil também pode ficar muito próximo dos EUA nas exportações de algodão.

O analista destaca que o Texas, principal estado produtor norte-americano, registrou forte seca, enquanto a Geórgia, outra importante região produtora, foi atingida pelo Furacão Idalia, com impactos nas lavouras.

“O USDA estima que os EUA exportarão 2,68 milhões de toneladas de algodão em 2023/24, 3,7% a menos que o registrado em 2022/23. No caso do algodão, o Departamento considera o ano-safra dos EUA entre agosto de um ano e julho do ano seguinte”, complementa João Lopes.

O USDA estima que em 2023/24 o Brasil exportará 2,57 milhões de toneladas da pluma, fato que ainda manteria os EUA na primeira posição.

Contudo, o analista salienta que esses números estão sujeitos a revisões. “Os EUA enfrentaram condições climáticas adversas nessa temporada. O USDA já realizou reduções em sua estimativa de produção e novos cortes não são descartados”.

Caso ocorra uma nova redução na oferta, os embarques norte-americanos poderiam ser prejudicados, abrindo espaço para que o Brasil ocupe a primeira colocação no ranking dos principais exportadores.

Pode ser que isso não ocorra já nesta temporada, mas as perspectivas futuras para o algodão do Brasil são bastante positivas, visto que o país tem espaço para expandir sua produção e conquistar cada vez mais espaço no mercado global deste produto.

No farelo de soja, o Brasil irá dividir a liderança das exportações com a Argentina

Já fazem algumas safras que o Brasil supera a Argentina na produção de farelo de soja, ocupando a 3ª colocação entre os principais produtores, atrás apenas de EUA e China.

Em relação à exportação, a Argentina vem se destacando nos últimos anos como a principal exportadora, mas, segundo estimativa do USDA, foi ligeiramente superada pelo Brasil na temporada 2022/23.

“Isso se deu, em grande parte, em função da quebra na safra de soja observada nos vizinhos do Brasil, o que limitou a disponibilidade da oleaginosa, impactou o volume esmagado na Argentina e resultou na maior demanda externa pelo produto brasileiro”, opina Lopes.

O analista da StoneX explica que as expectativas para o próximo ano são de uma recuperação na produção de soja da Argentina. “Essa recuperação pode favorecer as indústrias de esmagamento do país e permitir que ela retome a primeira colocação entre os exportadores”.

Apesar disso, o analista destaca que as perspectivas para o Brasil também são positivas. “Nosso país tem potencial para aumentar área plantada e produção de soja, o que favorece a expansão da oferta brasileira de farelo e uma maior participação do nosso produto no mercado internacional”.

Assim como no caso do algodão, pode ser que o Brasil não se consolide como o maior exportador de farelo no curtíssimo prazo, mas as perspectivas são favoráveis.

“Área e produtividade no Brasil não têm limites e, se o preço melhorar, muitos produtores vão começar a plantar cada vez mais e melhor”, finaliza.

 

Fonte:digitalagrishow

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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