Debate sobre a água promovido pelo Fórum de Entidades
Publicado em 2013-06-10 03:18:34 | 454 Impressões | Escrito por 0
O Fórum das Entidades de Tremedal realizou audiência pública para requerer da Empresa Baiana de Saneamento (EMBASA) solução permanente para a água de Tremedal. O encontro foi realizado às 15:00 horas de sábado (08/06) na Câmara do município.
Além dos representantes das 13 Entidades que compõem o fórum, estiveram presentes o Prefeito Márcio Ferraz, o vice Joaquim Nonato, a superintendente da EMBASA Rita Bonfim, o Gerente Regional da EMBASA José Olímpio, os vereadores Daniel Magnavita, Maria Mônica e Paulo Célio, os secretários municipais Catulino Ferraz, Belarmino Ferraz e Gilvânia Rocha.
O debate foi presidido pelo representante do Instituto Adelmário Pinheiro no Fórum de entidades, Luiz Umberto. Inicialmente foi feito pelo representante do Tremedal Revista no Fórum de entidades, Renato Abreu, um rápido histórico do problema que se deu com a água da represa que abastecia o município, mostrando que há mais de seis anos se tinha noção da gravidade do problema que culminou no caos atual.
Em seguida a palavra foi passada à Drª. Rita Bonfim. Em sua pronunciação foram apresentados projetos de curto e longo prazo para o município, sendo os de curto prazo um complexo de poços artesianos dos quais dois já foram perfurados com vazões de 26 m³/h e 14 m³/h, quantidade já suficiente para abastecer todos os 5.156 habitantes da sede do município, ainda neste sentido serão gastos, além dos R$ 267.246,66, os montantes de R$ 160.000,00 como locação de novo poços, R$ 200.000,00 com montagem e mais R$ 100.000,00 com aquisição de membranas para o dessanilizador. Afirmou ainda que antes das comemorações juninas o abastecimento da cidade através dos poços já estará totalmente restabelecido.
Já os projetos de longo prazo envolvem a construção da barragem de Catolé e a ampliação do sistema integrado de abastecimento de água para contemplar os municípios de Vitória da Conquista, Belo Campo e Tremedal (Capim, Pé de Serra e Carlos Muller) beneficiando 336 mil pessoas, com um investimento de R$ 237,5 milhões. Segundo a superintendente Rita Bonfim a PAC 2 semi-árido em 24 meses estará com esse projeto pronto.
A palavra foi passada em seguida ao prefeito Márcio, que pediu agilidade nesse projeto e também citou alternativas para o abastecimento de água do município, as quais, segundo ele já tem articulado no sentido de colocar em prática, como construção de cisternas de grande capacidade e bem localizadas para captação e água. Citou ainda sobre a barragem do Rio Gavião (Espírito Santo), que poderia ser construída com o apoio dos governos estaduais e federais e levantou a questão da transposição do rio Riachão para a atual represa. Lembrou ainda que encontrou a administração nas piores condições deixadas pelo antigo gestor, inclusive uma dívida com a própria EMBASA, que precisou ser negociada no início da sua gestão para que pudesse manter os serviços ativos na cidade.
Em seguida o vice-prefeito Nonato comentou sobre os dois poços do povoado Tamburi, onde cada um possui uma vazão de 100 mil litros por hora, demonstrando ser uma região melhor indicada do que a utilizada pela EMBASA na cidade para a perfuração de poços. Demonstrou também preocupação pelo fato de o projeto que visa contemplar Tremedal com o abastecimento de água ter como fonte uma represa que será construída em outro município, Barra do Choça, e, além disso, passar por duas outras cidades, Vitória da Conquista e Belo campo, para só então chegar a Tremedal, lembrando que a região onde se situa Tremedal possui condições de se fazer uma outra grande represa.
Vanessa Lira, presidente da Associação Quilombola Quenta Sol, lembrou da necessidade de água para a zona rural e concordou com Nonato de que água de Catolé poderia não ser a melhor alternativa para o abastecimento da cidade.
O subprefeito de Lagoa Preta, Catulino, solicitou que a EMBASA assumisse a distribuição de água em Lagoa Preta, sobre a restauração da nascente do rio Tapioconga e a construção de uma barragem no rio do São João dos Britos.
O vereador Daniel falou sobre a importância de todos estarem abraçados sem partidarismo para resolver a questão da água, lembrando que esse é um problema do semiárido, que, felizmente não desanima os sus moradores, que insistem em viver ali e criar mecanismos de sobrevivência.
A vereadora Mônica falou de sua tristeza ver o estado do açude, que faz parte da história do tremedalense. Comentou que devemos dar valor às pequenas formas de captação de água, como as cisternas e sugeriu que a EMBASA fornecesse água na cidade de Belo Campo para que caminhões-pipa a transportassem até Tremedal.
O vereador Paulo Célio agradeceu aos representantes da EMBASA, Olímpio e Rita, entendendo que os mesmos estão se empenhando em favor da água de Tremedal e citou sobre um senhor que conseguiu reservar 80 mil litros de água em um reservatório particular com as poucas chuvas que caíram recentemente.
Hugo Ferraz, estudante de Engenharia civil e ambiental questionou ao poder público municipal o porquê de deixar o açude tremedalense morrer, se não seria possível recuperar as nascentes dos rios que nele desaguam. Questionou ainda à EMBASA e ao poder público o tempo demorado para se tomar providências a essa questão vital.
O gerente regional da EMBASA, José Olímpio, falou dos trabalhos realizados pela EMBASA para a restauração do fornecimento de água em Tremedal e diversas outras cidades do semiárido, ressaltando que os anos muito secos tem causado esse tipo de problema e que eles estão empenhados em solucioná-los em parceria com os municípios.
Seguiram-se perguntas e respostas dos componentes da mesa como também da plateia, ficando por fim, definido que a EMBASA e o poder público municipal se comprometerão a realizar a obra da barragem do rio Catolé e a canalização para Tremedal o mais rápido possível, encurtando o prazo de 2015 para antes disso, o que Luiz Umberto resumiu na seguinte frase: “Para o pior lugar, a melhor solução”.
Gilmar Ribeiro / Renato Abreu